Tuesday, February 15, 2005

MAGIAS ATRAVÉS DO MUNDO

Nosso capítulo diz respeito aos mais diversos tipos de magias existentes ao redor do mundo. Um bom bruxo das trevas, como eu, sabe que é necessário não apenas ser um expert no estilo de bruxaria de seu país de origem, mas também conhecer os mais variados tipos de bruxaria.Por que? Ora, por pelo menos dois importantes motivos. Primeiro para nos tornarmos sempre bruxos cada vez melhores e assim poder servir melhor nossa causa e nosso mestre. Nunca se pode prever que deliciosa surpresa e excelente aquisição um determinado estilo pode nos prover.Segundo, por que se vocês acham que o mestre vai se contentar em dominar apenas a Europa, estão muito enganados. Não sejam tolos! Nosso ideal é a conquista e a purificação da raça bruxa a nível planetário. Portanto, sempre é bom conhecer as técnicas de nossos possíveis inimigos.

As principais linhas de Magias através do Mundo são:

(1) HERMETISMO, (2) ONMYOJI, (3) ELEMENTALISMO, (4) VUDU e (5) FEITIÇARIA ÁRABE.
O HERMETISMOAs ciências herméticas são um conjunto muito amplo de doutrinas ligadas a figura de Hermes, deus da mitologia grega conhecido como Mensageiro dos Deuses e um Deus do Conhecimento. Acredita-se, pelas lendas, que ele tenha desenvolvido a alquimia e a astrologia, escrevendo seus conhecimentos em uma tábua esmeralda que contém os preceitos da Lei das Correspondências, a qual afirma que tudo que existe no céu e na terra é regido pelas mesmas regras, os teoremas da magia. Os seguidores de Hermes, ou herméticos, são pessoas que buscam por conhecimento avidamente, sempre cercados por papiros e livros antigos, escritos nas mais diversas linguagens, buscando sempre aprender mais segredos e mistérios para desenvolverem sua magia. O símbolo do hermetismo é o fogo, a chama transmutadora que possibilita renovação, mudança, dinamismo, e que torna possível o trabalho alquímico de manipulação de substâncias. Os herméticos consideram a magia uma ciência exata, regida por leis reconhecíveis e palpáveis. Cada feitiço será idêntico ao anterior, dadas as mesmas condições para ambos. Eles experimentam muito com a alquimia, que lhes permite criar e transmutar matéria ou energia, e investem também boa parte de seu tempo na observação dos astros, que lhes revelam os planos arquitetados pelos deuses e os momentos mais propícios para realizarem certos feitos. A alquimia hermética pode ser tanto laboratorial, com o desenvolvimento de poções e materiais com propriedades místicas que os seguidores de Hermes levam consigo para suas aventuras, quanto de campo, com a junção de componentes que permitam ao mago realizar feitiços propriamente ditos. A astrologia é praticada com a observação dos astros e constelações e a aplicação de fórmulas complexas para descobrir sua trajetória inicial e final. As magias mais tradicionais aos herméticos são as que lidam com adivinhação, previsão do futuro, busca de conhecimento, transmutação e feitiços elementais do fogo. O uso da magia hermética demanda uma grande quantidade de recursos materiais: giz para realização de cálculos complexos de quantidades e reciprocidade em qualquer superfície, elementos químicos dos mais diversos, como metais em pó, diversos sulfatos, essências naturais ou artificiais, plantas ressecadas e trituradas para a elaboração de poções, etc.
ONMYOJI.
Os Onmyoji são os praticantes da estranha magia baseada na complexa e burocrática estrutura espiritual do oriente, e cujo principal objetivo é o de servirem como astrólogos e oráculos para a corte. Seu estilo místico, denominado Omnyodo, parte de duas idéias principais: o Onmyosetsu, o controle do equilíbrio entre o ying e o yang - energia espiritual negativa e positiva, respectivamente; e o Gogyosetsu, estudo dos cinco elementos orientais (metal, madeira, água, fogo e terra), que podem ser utilizados em conjunto para maximizarem ou anularem suas próprias capacidades, de acordo com o auspício dos astros. Em conjunto com os doze signos chineses, constelações e planetas observados com a astrologia, o Onmyodo detinha 60 símbolos diferentes com os quais os Onmyoji podiam contar. Esses magos orientais costumam ser pessoas calmas e ponderadas, que buscam o equilíbrio interno de forças e um estado de espírito que lhes permita contemplar os problemas do mundo racionalmente. São, em geral, muito bem educados: tanto nos ensinamentos dos livros e da magia, quanto na etiqueta, o que faz deles bons magos, cortesãos e diplomatas. Sua magia é divina, derivada dos diversos espíritos e elementais que rondam o mundo, construídos de ying e yang ao invés de carne e ossos. Além de prever o futuro e compreender o passado, os símbolos do Onmyodo permitem ao usuário controlar e expulsar elementais, espíritos, demônios e mortos-vivos. Essas entidades nem sempre são diretamente controladas, sendo possível apenas direciona-las a realizarem feitos místicos sem jamais se revelarem, como atear fogo em algum objeto ou paralisar uma pessoa com seus poderes sobrenaturais. O mago é capaz também de dar forma física a estes seres através de magias de invocação, o que os deixa diretamente sob seu controle. Neste estado, eles são denominados Shikijin ou Shikigami. Em termos de jogo, qualquer magia que um Onmyoji lançar que não seja especificamente de invocação de um ser ou espírito é considerada uma ação de alguma pequena divindade que estava por perto e resolveu atender às suas preces. É importante citar também que como o Onmyodo lida com a manipulação de espíritos e elementos, portanto, ele não pode afetar diretamente a mente de uma pessoa, o que impossibilita o funcionamento de magias de encanto, controle mental ou leitura de pensamentos, por exemplo. Os componentes das magias de Onmyodo são, principalmente, os símbolos que representam os diversos elementos de sua cosmologia, escritos em pequenos papiros que se consomem quando as magias são realizadas. A tinta usada para escrever nesses papiros é vermelha, e produzida de forma ritualística, assim como os próprios papiros. A escrita em si é uma bela forma arte, muito apreciada pelos espíritos. Os componentes verbais são antigos mantras e sutras, que podem ser apenas cantos de concentração ou pequenas fábulas utilizadas pelos Onmyoji para ensinar lições às pessoas. As gesticulações desses magos também fazem parte dos seus mantras, e são como formas de artes marciais.
ELEMENTALISMO
Embora eu ache os adeptos desse sistema de magia um bando de hippies românticos e idiotas, precisamos estudar tudo o que for necessário, afinal é preciso conhecer os inimigos, sejam eles quem forem.
Os magos desta tradição têm um grande respeito pelo planeta e seus habitantes, tendendo a viver em sintonia com o mundo natural (comentários do Ludovic: bando de hippies estúpidos. Blerg), seja ele uma antiga floresta ou um conturbado centro urbano.
O Elementalismo parte da crença da representação clássica das energias por Terra, Ar, Fogo e Água.
*Fogo - Simboliza fogo, purificação, destruição, inteligência, luz, impulsividade, paixão;
*Água - Simboliza tranqüilidade, cura, água, frio, escuridão, sabedoria, adaptabilidade;
*Terra - Simboliza terra, proteção, banimento, fertilidade, força, constituição, determinação;
*Ar - Simboliza ar, viajem (transporte), tempo, ilusão, percepção (detecção), destreza, carisma.
Pedras e Cristais:
*Fogo: Âmbar, Enxofre, Hematita, Ônix, Rubi, Sardônica, Serpentina;
*Ar: Aventurina, Calcedônia, Esfênio, Estaurolita, Opala, Jaspe Mosqueado, Topázio Imperial;
*Terra: Azeviche, Crisoprásio, Diamante, Esmeralda, Malaquita, Turmalina Negra, Turquesa;
*Água: Coral, Cristal de Quartzo, Jade, Lápis-lázuli, Pedra da Lua, Pérola, Safira.
Metais:
*Fogo: Aço, Ouro;
*Ar: Alumínio, Estanho;
*Terra: Chumbo, Mercúrio;
*Água: Cobre, Prata.
Nessa tradição, acredita-se que cada direção seja protegida por um espírito elemental, cujo poder pode ser acessado através dos rituais e palavras adequadas. Tais seres são conhecidos como Espíritos das Pedras ou Guardiões das Torres de Vigia e tem controle sobre o elemento ao qual estão associados e a espíritos e seres desses elementos:
*Norte - Corresponde ao elemento Terra;
*Leste - Corresponde ao elemento Ar;
*Sul - Corresponde ao elemento Fogo;
*Oeste - Corresponde ao elemento Água.
Para que os componentes materiais e verbais possam ser utilizados de forma eficaz, deve-se ter em mente as idéias que os membros dessa tradição possuem da natureza e influência exercida pelos quatro elementos principais. Essa influência estende-se para aspectos físicos e influi diretamente no comportamento dos praticantes. Um mago que utilize preferencialmente determinado tipo de energia irá, gradualmente, adicionar ao seu comportamento e pensamento, traços daquele elemento.
Como eu disse, um bando de hippie malucos...
VUDU
Os praticantes de Vudu são todos devotos das entidades espirituais que denominam Loas. A esses Loas os sacerdotes vudus prestam homenagens e pedem favores, atendidos com atenção proporcional ao sacrifício oferecido. Algumas dessas entidades são benignas e outras, malignas, mas a sua magia em si é neutra, podendo ser utilizada tanto para o bem quanto para o mal, de acordo com os desejos do sacerdote. A magia Vudu é especializada no controle do corpo e da mente de seus alvos, servindo primariamente esses propósitos. Ela lida também com a vida, morte, saúde e doença. Os mais conhecidos rituais vudus são aqueles ligados à criação de zumbis e à perpetração de danos corporais a uma pessoa através de bonecos feitos com amostras de seu corpo (fios de cabelo, pedaços das roupas, raspas de pele, saliva ou sangue). Os mortos-vivos criados pelo sacerdote vudu permanecem sob seu controle, incapazes de agir sem suas ordens, portanto, um zumbi pode se parecer com um simples cadáver, que não reagirá a presença alguma, a não ser que ordens lhe sejam dadas para agir neste caso. O Vudu é ligado também à vida e à saúde, e possui também rituais para a cura, além de permitir ao sacerdote criar pequenos talismãs que protegem seus usuários contra doenças e ferimentos. O exorcismo e a proteção contra espíritos malignos também fazem parte de seu portifólio, assim como a manipulação do corpo e da mente de um indivíduo, tornando-o mais forte ou mais frágil, ou fazendo com que aja de determinada maneira. Além de realizar rituais em seu nome, os sacerdotes vudus podem incorporar os próprios Loas, que realizam milagres ou se comunicam com os vivos incapazes de perceber o mundo espiritual através de seus adoradores. Para realizar sua magia, os sacerdotes vudus dependem principalmente de rituais religiosos, como cânticos, danças, sons, sensações e fé. O cheiro das ervas queimadas e o som das músicas tocadas com diversos instrumentos rudimentares são essenciais para que eles alcancem o estado de espírito necessário para entrarem em contato com os Loas e pedirem seus favores, o que pode ser perigoso caso executado de forma incorreta, podendo tanto irritar os espíritos quanto permitir que fantasmas rancorosos se utilizem da vontade dos conjuradores para realizarem atos vis. Em geral, mais de um sacerdote está presente nestes momentos, para poder prestar auxílio caso alguma coisa dê errado. Amostras das vítimas tornam o uso da magia vudu mais simples, pois permitem que os espíritos as encontrem e afetem com maior facilidade.
FEITIÇARIA ÁRABE .
De acordo com a feitiçaria árabe, alguns indivíduos - denominados kâhin - nascem com espíritos particularmente poderosos, capazes de lidar com a magia (chamada de sihr) . Alguns feiticeiros utilizam magia apenas com sua força de vontade (himma), sem instrumentos ou qualquer ajuda; a maioria dos kâhin, porém, manipula o universo através do cruzamento das esferas celestes (planetas e estrelas), elementos e números, técnica conhecida como mizâj . Finalmente, existem aqueles que criam ilusões de luz e sombras através da manipulação de componentes místicos; essa prática é denominada sha'badha. Para os feiticeiros árabes, a magia faz parte das ciências físicas, e se divide em várias disciplinas. Alguns dos campos de poder da sihr incluem a divinação (kihâna), que usa a astronomia e contas matemáticas como foco de poder; a conjuração de demônios (azâ´im), considerada proibida por requerer sacrifícios humanos e animais, mas ainda assim utilizada por muitos kâhins ; a invocação dos espíritos de planetas, conhecida como da´wat al- kawâkib as-sayyâra , e que combina práticas divinatórias com a utilização de metais e pedras relacionados a planetas específicos, de acordo com o espírito invocado; a magia elemental (nîrinjât), de grande poder destrutivo, que lida com os quatro elementos clássicos e cujos focos incluem quase sempre sacrifícios animais para a invocação de tempestades e outras catástrofes naturais; o encantamento (al-azâ´im), envolvendo a escravização de demônios e djinns (espécie de gênios ligados aos elementos) para cumprirem a vontade do feiticeiro; a criação de itens mágicos como amuletos e talismãs, habilidade denominada filaqtîrât, marcada pela utilização de pedras preciosas, trabalhos de artesanato e nomes variados de Allah; e as magias de cura (al-adwiya), executadas através do uso e ingestão de uma série de frutas, ervas e chás com propriedades místicas. A sihr tem como principal máxima a compreensão das forças da casualidade que regem todas as relações do universo; suas técnicas místicas possuem como principal objetivo permitir que o kâhin manipule a eventos naturais através da compreensão e alteração da malha do destino - daí a necessidade freqüente de contas matemáticas em seus rituais mais complexos, utilizadas para preverem pontos onde é mais fácil alterar essa malha.